13 de jan. de 2014

Caixa reduz seu resultado e tenta preservar sua imagem



A Caixa Econômica Federal (CEF) vai retirar R$ 420 milhões de seu resultado, seguindo uma determinação do Banco Central. O expurgo está relacionado a um questionamento da Controladoria Geral da União (CGU) e do Banco Central sobre o encerramento de algumas centenas de milhares de contas poupança, feito pelo banco em 2012. Essa operação resultou em um aumento de 6,9% no lucro líquido do banco naquele ano, que ficou em R$ 6,07 bilhões.

Reportagem da revista "Isto É" mostra que CGU e BC questionam os procedimentos adotados pelo banco. A diretoria da Caixa passou o final de semana numa maratona para esclarecer a operação e refutar, além de irregularidades, qualquer prejuízo para os poupadores.

O esforço para não arranhar a imagem do banco como principal captadora da caderneta de poupança culminou no domingo, quando o BC divulgou nota à imprensa citando nominalmente a Caixa - um procedimento pouco usual, já que o BC tradicionalmente se nega a falar de instituições financeiras individualmente. De acordo com a autoridade monetária, não há prejuízo para os correntistas e que "diferentemente do que afirmou a revista, a motivação para encerramento das contas [...] foram irregularidades cadastrais".

Segundo Márcio Percival, vice-presidente de finanças da Caixa, em 2005 o banco iniciou um trabalho para eliminar 845 mil contas com problemas cadastrais. Em 2012, ainda com 496 mil contas com problemas cadastrais, a Caixa optou por encerrá-las.

Os valores depositados, que somam R$ 719 milhões, foram retirados do passivo do banco, transformando-se em um resultado líquido de impostos de R$ 420 milhões. "Não existe nada de ilegal. Quando o banco encerra uma conta, há um debate de como registrar isso contabilmente. Na nossa opinião, não dava para isso ficar eternamente no passivo", diz Percival. O BC, no entanto, exigiu que a Caixa suspendesse a contabilização dessas contas no seu resultado.

Percival afirma que, independentemente do tratamento contábil, os depósitos permanecem à disposição dos clientes que regularizarem seu cadastro com a Caixa.

Fonte: Valor Econômico
Por Carolina Mandl e Leandra Peres | De São Paulo e Brasília